domingo, 7 de septiembre de 2014

Catedral Metropolitana, Nossa Senhora do Desterro




Catedral Metropolitana



           

           

        "Nossa Senhora do Desterro, como a maioria dos povoados, cresceu em torno da igreja  matriz. Era, no seu caso, uma ermida acanhada, que o bandeirante vicentista Francisco Dias Velho, fundador da póvoa,  construiu por volta de 1675. Ele viera de Sao Paulo com a mulher, doze filhos e alguns índios "domesticados". Suas intençoes eram agropastoris; as da Coroa, firmar seu domínio até o Rio da Prata. Pôs sua capela numa elevaçao fronteira ao mar, na vila. Naquele tempo, Desterro era o extremo sul de tudo o que os portugueses controlavam na América: um pequeno núcleo isolado, ensaiando a subsistência.

           Dias Velho foi morto em 1689, num assalto de piratas,  e Desterro adormeceu.  Virou o século contando umas 150 almas, às quais se somaram, nos anos 1720, algumas outras, vindas de Sao Francisco do Sul. Fez-se vila, mas existiu quase parando até o final dos anos 1730. Foi quando chegou o brigadeiro José da Silva Paes, o oficial do Real Corpo de Engenheiros nomeado o primeiro governador e encarregado de fortificar a Ilha e impulsionar o seu povoamento. Em 1746, enquanto preparava  aporte de 5 mil açorianos e começou em 1753 e em 1773 ficou pronta. O terreno entre a igreja e o mar deixara de ser um charco e prédios importantes haviam sido construídos no entorno de uma praça, entre eles a Casa do Governador, hoje o Palácio Cruz e Souza. 

           A Catedral era ampla e suntuosa para os padroes vigentes. Tinha uma nave, um batistério, dois púlpitos, dois altares laterais, arco cruzeiro, altar do Santíssimo, duas sacristia, altar-mor e tribunas. Havia duas torres sineiras, laterais e compactas, e uma rampa de acesso descia diretamente ao largo. Em dois séculos o cenário reordenou-se. Em 1840 foi extinto o cemitério existente atrás da igreja, em 1950 foram ajardinadas as laterais do acesso principal, e assim muitas modificaçoes foram feitas: de pequenas reformas à supressao do Império do Divino, do retelhamento à diminuiçao das sacristias, da troca do soalho ao aumento da nave principal. 

       No século XX foram realizadas intervençoes capitais: ampliaçao das torres, coroamento e colocaçao de pórticos neoclássicos nas laterais e na portada, que aliás tamparam o enquadramento original. Um alargamento da rua Arcipestre Paiva mutilou parte da capela lateral. Intacto ficou o arco cruzeiro em cantaria, último do gênero da Ilha, que juntamente com os sete altares e a porta de madeira trabalhada da capela das Dores, assegura a harmonia plástica remanescente. A matriz também manteve sua posiçao  de referência. Por mais modificado o edifício e outra a Florianópolis que o cerca, mantém-se o coraçao da cidade". 

Fonte: Livro Alicerces da Memória
Foto: Imagens do Google

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